BLOGXPLODE



sábado, 16 de abril de 2011

Y

meu vocabulário é pobre como um pobre

terça-feira, 22 de março de 2011

método pré-histórico para estourar gametas

primeiro mantenha a antena do bicho
com o último rabo que perdemos por rapto
réptil dos meus risos de Salvia Divinorum
rápido
salivo
flutuando em flatulências jamais reprimidas
as pedras vivas de um pensador sentado
prostrado
mania de deuses
o barbeado pinicante do pai das festas
e eu
que nunca fui desprendido
que cato coisas do chão e coloco na boca
que ensino o contrário ao meu filho
e confirmo
a fome consome metade do tempo
é triste
e trivial
estou atrasado em relação ao caos
mas tento
pretendo tensionar enigmas esmigalhados
babaca
penetro neutro
vomitando vinho pelo caminho
vomitando vinho pelo caminho

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Poema Escrito ( B.H. , 2001 )

A noite é um dia muito escuro.

No céu da noite, as estrelas são pedacinhos do céu do dia;
Poeira matutina que a escuridão não varreu.

As nuvens são os pêlos do céu.

No fim do dia o céu fica igual a uma língua.

No fim da noite vira corpo de ninfa.

O que pode separar o azul do céu do azul do mar ?

O mar é o céu líquido.

O céu é o mar paralítico.

O sol é a lua pegando fogo.

A lua é o sol apagado, porém em brasa.

As vezes a lua apaga.

O sol nasce de noite.

O sol nasce de noite pois ainda é noite quando ele nasce.

Acordo de mãos dadas com o sol.

Durmo abraçado com a lua.

Dia e noite não determinam hoje e amanhã;
O que separa o hoje do amanhã é o dormir.

Não durma e será sempre hoje.

As montanhas são a terra se esticando para tocar o céu.

A chuva é a maneira que o céu encontrou de tocar a terra.

As árvores são nuvens verdes, com troncos e raízes.

Quando um pássaro faz seu ninho em uma árvore
é para se sentir mais perto das nuvens.

O céu para o meu quarto é o teto branco.

Se vivendo cercado por muros, o céu é seu espelho.

Para a louca só existe o céu da boca.

Para o louco só existe o céu do deus morto.

Para mim, só existe o céu assim.

Assim é.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

ahn

um homem que não nada não pode voar.

}{

o tempo de cigarras chegou desregulado.

pobre mão esquerda !
não te treinei o suficiente para sufocar orquestras.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

rio de janeiro - 2005

um homem sozinho é como um cão acompanhado por carrapatos.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

texto sem título e sem data escrito em Belo Horizonte em um papel de pão

depois que nasci no açougue sorri
e me vi virado em vermelho largo
e chorei e vi minha mãe desmaiar no mar
e parei
me ceguei de sol
me enterrei na areia
e fui devolvido por sirís
e fingi ser neto de iemanjá
até ela negar
e fui em barco e não fui
pois nunca houve um barco
e fiquei imóvel e a noite veio
e a noite retirou minhas veias
e a noite retirou-se
e montanhas de nuvens misturaram tintas
e o calor abriu minhas novas flores
e a noite voltou e as estrelas
e as minhas flores viraram areia
e decidi morrer e não consegui
e quando estava para crescer
suavemente fugi.
e senti o mar em visitas
e minha mãe voar
devolvida.